quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Plano para a safra de trigo será divulgado até final de março

Estimativa é manter a safra atual, de 5 milhões de ton, para demanda de 10 milhões a 11 milhões de ton.
O governo anunciará, até o dia 20 de março, um plano para a nova safra de trigo, que começará a ser plantada em maio e junho, disse hoje (18) o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Segundo ele, até lá, serão divulgados os valores do preço mínimo e do pagamento de seguro rural, além das tarifas de importação e da definição das linhas de crédito para o setor.

De acordo com o ministro, a estimativa é manter a safra atual, de 5 milhões de toneladas, diante de uma demanda de 10 milhões a 11 milhões de toneladas. Stephanes descartou o risco de desabastecimento e afirmou que a diferença será coberta pela produção dos países do Mercosul.

“Não há risco de desabastecimento. A Argentina vai produzir mais trigo. O Paraguai e o Uruguai também têm aumentado a produção, até porque há vários argentinos e brasileiros produzindo no Paraguai”, disse Stephanes. Ele se reuniu nesta tarde com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com a secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Lytha Spíndola, para discutir a elaboração do plano.

Segundo o ministro da Agricultura, a tarifa de importação de países de fora do Mercosul, atualmente em 10%, deverá ser reajustada. Somente em caso de desabastecimento, o governo deve reduzir a alíquota.

“A ideia é aumentar tarifa e só abrir quando houver falta de produto no mercado interno ou no Mercosul, com cotas para regular o abastecimento”, explicou. O reajuste do imposto de importação, no entanto, só pode ser decidido depois da divulgação do plano para a safra 2010/2011 porque precisa da aprovação da Camex.

Stephanes ainda criticou a manutenção do preço do pão, apesar da queda do preço do trigo em relação ao ano passado. “O trigo transformado em farinha significa apenas 20% do custo do pão. O preço do pãozinho foi estabelecido quando a tonelada do trigo estava a R$ 750. Hoje, está entre R$ 450 e R$ 480 e o preço continua o mesmo.”
Fonte: FPTV.COM

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Aumento do trigo pode chegar à mesa

Com a safra ainda insuficiente no Brasil e a queda na produção do trigo na Argentina, principal fornecedor do país, o aumento do preço do grão já é dado como certo pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). O percentual ainda não está definido, mas o reajuste deve ocorrer ainda este mês ou no início de março, segundo o vice-presidente e conselheiro da Abitrigo, Antenor Barros Leal. “Sem dúvida teremos alta de preço, mas como o trigo é uma commodity não dá para definir a média de aumento”, diz. Outra constatação é de que a elevação do preço do trigo pode se refletir na indústria de massas no país. “Havendo aumento e se essa alta se mantiver, possivelmente vamos ter reajuste médio de 5% no macarrão em meados de março”, afirma o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), Cláudio Zanão.Segundo Zanão, a média de aumento pode variar. “O que vai determinar é a competitividade do mercado. Algumas empresas vão passar os 5% e outras podem dar 3% de aumento. O percentual vai depender do estoque que as indústrias têm de trigo”, explica o executivo. Outro reforço para que o repasse ocorra é que 60% do custo do macarrão está na farinha do trigo. “É quase impossível manter os preços de 2009”, afirma. No ano passado, o faturamento do mercado de macarrão cresceu 4%, puxado principalmente pela alta de 8% nas vendas de massas instantâneas e frescas. Já a massa seca, que responde por 84% do volume de mercado, cresceu somente 2% devido à variação do preço do trigo durante o ano, conforme a Abima.O Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão) admite que há estudos para avaliar um possível reajuste no pão francês, mas nega que seja pela esperada alta no preço do trigo. “Por causa dos aumentos dos insumos, como o do açúcar no ano passado, vale-transporte, salário mínimo e aluguel, algumas padarias que estavam com o preço defasado fizeram reajuste de acordo com o seu custo, mas não foi linear e não tem nada a ver com alta do trigo”, explica o presidente da Amipão, Luiz Carlos Xavier Carneiro. A média do preço do quilo do pão francês na Grande BH é de R$ 7,50, segundo o sindicato.Já os proprietários de padarias na capital afirmam que, se o aumento do trigo vier, eles vão fazer de tudo para segurar o preço. “Se houver alta, vou fazer o possível para não passar os custos para o consumidor”, diz Isabela Carneiro Santiago, dona da padaria Vianney, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul. No estabelecimento, o quilo do pão francês é vendido por R$ 8,90. Na Boníssima, no Bairro Gutierrez, Região Oeste, a alta também não está nos planos. “Não há previsão de aumento”, diz o gerente Luiz Carlos Barbosa. Na padaria Santa Clara, na qual o custo do quilo do pãozinho é R$ 6,99, o reajuste é descartado. “Mesmo se a farinha aumentar, o objetivo é não repassar a alta para os clientes”, diz o gerente Gleison Pereira Lopes.O vice-presidente da Abitrigo explica que o principal fator para a alta do trigo é que o Brasil, que sempre teve na Argentina o seu principal fornecedor, vai passar a depender de outros mercados – como Estados Unidos, Canadá, Europa e França. “Com a política do governo Kirchner, a produção na Argentina caiu de 18 milhões de toneladas/ano para 8 milhões toneladas/ano em 2009. Foi um desastre”, afirma Leal. Como os argentinos consomem 5 milhões de toneladas por ano, pelas contas vão sobrar apenas 3 milhões de toneladas para exportação. “E não temos a garantia se esse produto será de qualidade”, acrescenta.O consumo de trigo no Brasil, segundo a Abitrigo, é de cerca de 10 milhões de toneladas/ano. O país consegue produzir 5 milhões de toneladas anuais, das quais 95% são no Sul, e precisa importar o restante. Com a crise no país vizinho, o mercado brasileiro vai ter que buscar mais longe o produto, o que se traduz em mais custos. “Como o trigo argentino está comprometido, o Brasil vai olhar para outros mercados. Todas as vezes que tem desequilíbrio na oferta, essa se submete ao preço das origens e ao custo da distância dess as origens. E todas são mais caras que da Argentina. Dificuldade de abastecimento significa aumento de preço”, reforça Leal.Mercado
A expectativa da semana no mercado financeiro se concentrará na divulgação de indicadores que poderão ter influência nas decisões do Banco Central sobre os juros. Na terça-feira, será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), medido pelo IBGE. O indicador é visto como uma espécie de prévia do IPCA, índice usado pelo governo para verificar as metas de inflação. Serão divulgados ainda nesta semana os indicadores de vendas no comércio varejista, também pelo IBGE. Nos Estados Unidos, a expectativa é para a fala de Ben Bernanke, o presidente do Fed (o banco central do país) e, mais que isso, o destaque será a primeira revisão do dado preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) americano do quarto trimestre. O mercado espera ligeira redução devido ao maior déficit comercial no país.
Fonte: Uai- Economia

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

BALANÇO DE OFERTA E DEMANDA DE TRIGO

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Fonte: Conab

TRITICALE : área , produtividade e produção


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FONTE: CONAB - Levantamento: Fev/2010

COMPARATIVO DE ÁREA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO

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TRIGO: COMPARATIVO DE ÁREA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO
SAFRAS 2008/09 e 2009/10.
Fonte: Conab

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Efeito do período de maturação de grãos nas propriedades físicas e reológicas de trigo

O trabalho objetivou estudar o efeito do período de maturação de grãos nas propriedades físicas e reológicas da farinha de trigo, avaliado através das determinações de peso do hectolitro, peso de mil grãos, grau de extração, proteínas, cinzas, umidade, cor, número de queda, alveografia, farinografia e amido danificado. Amostras dos genótipos BRS 179, Rubi, Fundacep 30 e Fundacep 51, safra 2006/2007 foram armazenadas em sacos de papel Kraft com 10 kg de trigo, em ambiente com temperatura de 22 °C e umidade relativa do ar de 65-75%. Cada tratamento foi composto por um genótipo e as avaliações realizadas nos tempos 0, 15, 30, 60 e 90 dias de maturação. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado em arranjo fatorial 4 x 5. Os resultados foram analisados pelo emprego da análise de variância (Anova) e nos modelos significativos pelo teste F, e a comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Com o aumento do período de maturação do trigo a farinha apresentou melhores propriedades físicas e reológicas avaliadas pelas alterações de número de queda, cor, alveografia e farinografia. Os resultados de atividade enzimática, luminosidade, intensidade de amarelo e força geral do glúten se mostraram efetivos na avaliação de propriedades físicas e reológicas, enquanto as avaliações de amido danificado e estabilidade não foram indicadores adequados. O trigo não deve ser comercializado após a colheita, pois apresenta melhoria na classificação comercial, sendo indicado período de maturação de 60 dias. Os genótipos de trigo BRS 179 e Fundacep 51 passaram das classes brando para pão, enquanto o Rubi de pão para melhorador, indicando maior valor tecnológico e comercial com o aumento do período de maturação dos grãos de trigo.
Fonte: Agrolink

Preços futuros do trigo iniciaram a semana em alta na bolsa de Chicago

Fundos compram. Os preços futuros do trigo iniciaram a semana em alta na bolsa de Chicago. Após o feriado da última segunda-feira nos Estados Unidos, os contratos com vencimento em maio fecharam ontem a US$ 5,195 por bushel, alta de 18,25 centavos de dólar. Já em Kansas, o ganho foi de 18 centavos de dólar, o que elevou os preços para US$ 5,237 por bushel. Nenhum novo fundamento foi identificado para justificar a alta, mas analistas disseram que fundos voltaram ao mercado e atuando como compradores, segundo a Dow Jones Newswires. Aliado a esse fator, o aumento das exportações semanais de trigo dos EUA deu suporte. O relatório de inspeções do USDA indicou um volume de 15,9 milhões de bushels, 50% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado.
Fonte: Agrolink

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Chuvas no Sul causam perdas de 2 milhões de toneladas de arroz e trigo

As chuvas no Rio Grande Sul atingiram em cheio as lavouras de arroz e trigo, que deverão ter uma perda de cerca de 2 milhões de toneladas, o equivalente a R$ 1,5 bilhão. A estimativa foi dada nesta terça-feira pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que continua preocupado com os efeitos climáticos sobre a safra agrícola de grãos.
Segundo Stephanes, haverá uma quebra de quase 9% na produção de arroz, produto que, assim como o trigo, tem o Rio Grande do Sul como principal estado produtor. A perda projetada para o trigo é de 18%.
- Em menor escala, também esperamos reduções para cana-de-açúcar e feijão - afirmou o ministro .
Fonte: O Globo

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Trigo do Brasil tem cenário difícil em 2010

SÃO PAULO (Reuters) - As perspectivas para a safra de trigo do Brasil em 2010, após um ano em que a produção foi em grande parte arruinada pelas chuvas excessivas, são de outra temporada difícil, ainda que o plantio só comece em março em algumas regiões do país, segundo especialistas do setor.
Com os preços internacionais cerca de 25 por cento abaixo dos verificados no início de 2009 (base bolsa de Chicago), estoques abundantes no mundo, um câmbio bastante favorável a importações e um seguro agrícola ainda deficitário, tudo indica que a produção de trigo no Brasil continuará dependente de subvenções governamentais que apoiam a comercialização.
Em 2009, de uma safra de 5 milhões de toneladas, mais de 60 por cento foi comercializada por meio do PEP, um programa estatal que subsidia o transporte ao mesmo tempo em que garante um preço mínimo, estabelecido pelo governo, aos produtores.
"Deve persistir o quadro de preços baixos. Isso significa que novamente o governo vai ter que intervir na comercialização da próxima safra, se quiser manter a área plantada", avaliou o técnico de trigo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Paulo Magno Rabelo.
Para apoiar com o PEP as vendas da última safra, o governo gastou 486 milhões de reais, subsidiando o escoamento do produto para as regiões não-produtoras, no Norte e Nordeste, ou mesmo para embarques ao exterior.
E apesar do volumoso apoio, o setor produtivo diz precisar de mais, um indicativo de como pode ser a próxima safra.
A Federação da Agricultura do Paraná (Faep), principal Estado produtor de trigo do Brasil, mandou nesta terça-feira pedido ao Ministério da Agricultura para a realização de mais quatro leilões de PEP, para 400 mil toneladas, além de compras diretas do governo de 300 mil toneladas do grão de boa qualidade.
"Tenho certeza que recursos não faltarão (para a próxima safra), o trigo é um produto básico... E se cair a produção, tem impacto no saldo comercial brasileiro", acrescentou Magno, lembrando que os investimentos do governo na produção são relativamente pequenos perto dos gastos do setor privado com importações, de 1,5 bilhão de dólares, na média dos últimos três anos.
ANO ELEITORAL
O Plano Safra, que define o orçamento para a próxima temporada, normalmente é divulgado em meados do ano, em 2010 provavelmente após o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, deixar o cargo em março para disputar um novo mandato à Câmara Federal, conforme ele já anunciou.
"O produtor olha o que ele perdeu na safra anterior, cerca de 1 milhão de toneladas (só no Paraná)... Aí ele olha para o cenário de preços... Olhando hoje o cenário, a área cai no mínimo 10 por cento na próxima safra", disse o economista da Faep, Pedro Loyola.
O economista explicou que os leilões de PEP do governo realmente ajudaram na comercialização, mas foram destinados para um produto de pior qualidade, que renderam menos para os produtores.
No Paraná, apenas um terço do total colhido, de 2,5 milhões de toneladas, foi considerado trigo de qualidade superior. "Foi a chamada safra de um terço."
Até por 2010 ser um ano eleitoral, fontes da indústria avaliam que o governo manterá a sua política, embora os preços mínimos do trigo sejam considerados excessivamente altos, estabelecidos quando a situação de mercado era altista.
"O governo deverá estar presente em um ano eleitoral. Se o governo mantiver o preço mínimo, eu não tenho dúvida que o produtor continuará estimulado a plantar", declarou Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico, um dos maiores do país.
Segundo ele, apesar da grande dificuldade de comercialização da safra em 2009 e do cenário complicado previsto para 2010, a área plantada no Brasil não deve mudar muito, até por falta de opção para o agricultor.
"Qual é a alternativa que o produtor tem? Cevada, aveia? São produtos que não têm tanta demanda. Na safra de inverno basicamente fica entre safrinha de milho e trigo", disse Pih.
O governo do Paraná ainda não tem uma previsão para a nova safra de trigo do Estado, mas já prevê redução de 100 mil hectares para o milho safrinha, por conta dos preços baixos.
Fonte: O Globo

MG: novo estímulo ao trigo no Cerrado

Unaí/MG
Movido a subsídio e na esteira da crise argentina, o trigo ensaia ganhar força na região do Cerrado. Nesta terça-feira, em Brasília, a câmara setorial das culturas de inverno deve começar a estudar uma modalidade de contratualizar para o trigo as subvenções que atualmente acontecem em leilões dentro de programas da ( CONAB) como o PEP (Prêmio para o Escoamento de Produto) e Prop (Prêmio de Risco para Opção Privada de Venda).
Nos programas atuais, o governo estabelece um leilão, por meio do qual define a compensação que será paga às empresas que comprarão dos produtores pelo preço mínimo fixado pela CONAB. Nesta nova modalidade, a indústria moageira e os produtores de trigo estabeleceriam um contrato direto de compra, para depois receberem ressarcimento do governo, mediante a comprovação de que pagaram ao produtor o preço mínimo, independente de leilão.
Este modelo massificaria o subsídio para o trigo. Valeria para todos os produtores, mas seria especialmente estratégico para os do Cerrado, que plantam o trigo irrigado, com um custo de instalação da irrigação que pode chegar a R$ 4 mil de por hectare, segundo o presidente da Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem (Abid), Helvécio Saturnino, e que contam com um custo de produção de R$ 1,6 mil por hectare, segundo avaliação da Embrapa.
É em razão do custo mais elevado que a CONAB fixou na safra passada o preço mínimo do trigo do Cerrado em R$ 594 a tonelada, na variedade para panificação, e em R$ 496 na variedade inferior. São preços acima dos de mercado, que vão de R$ 400 e R$ 450. No Cerrado, a produtividade vai de 4 a 7 toneladas por hectare.
Em uma reunião entre industriais e produtores de grãos em Unaí, cidade mineira de 60 mil habitantes que está a 180 quilômetros de Brasília, o coordenador geral de cereais do Ministério da Agricultura, Silvio Farnese, afirmou que uma minuta desta nova modalidade seria apresentada na reunião. E o assessor para assuntos de trigo da CONAB, Paulo Magno Rabelo, disse que a autarquia defenderá para esta safra a mesma tabela de preço mínimo da safra passada.
A subvenção econômica é um dos pontos centrais para a estruturação de um polo de produção de trigo tropical no Cerrado, que o governo federal pretende lançar ainda este ano. "Temos hoje trigo para cerca de 30% do nosso consumo e a meta é chegarmos a cerca de 70% a médio prazo, o que transformaria o cerrado na principal região produtora", afirmou o coordenador de trigo da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, Lindomar Lopes, que foi encarregado pelo governo federal de coordenar a estruturação do polo com os outros estados produtores: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e no Distrito Federal.
A produção de trigo no Cerrado é discreta: na safra passada, foi de 98 mil toneladas em Minas, 85 mil em Goiás, 73 mil em Mato Grosso do Sul e 14 mil no Distrito Federal. O Paraná, maior produtor nacional, colheu 2,5 milhões de toneladas. O custo do frete rodoviário também pesa: gasta-se R$ 80 para colocar a tonelada de trigo de Unaí em Belo Horizonte, ante cerca de R$ 120 para trazer o trigo da Argentina. Mas, para a indústria, o Cerrado é estratégico.
"É possível desenvolver um modelo integrado de produção, de modo a que o produtor segregue o produto do modo que queremos. Isto não é possível conseguir com a produção argentina, que está afetada pela seca e pelo governo anti-ruralista de Cristina Kirchner", afirmou Domingos Costa, dono da fábrica Vilma Alimentos, de Contagem (MG), que comprou no ano passado 32 mil toneladas de trigo, sendo 15 mil toneladas de 60 fornecedores mineiros. " Só não compramos 100% porque não encontramos produto".
Também presente na reunião, o Moinho Sete Irmãos, que produz farinha para bolos em Uberlândia (MG), prometeu comprar em Minas Gerais 60 mil toneladas de trigo, se tal produção existir. "Não dá para ficarmos contando com uma mudança política na Argentina", disse o vice-presidente Ilvio Andrade.
Costa é o presidente do Sindicato da Indústria do Trigo de Minas Gerais e foi um dos organizadores da reunião em Unaí. O encontro foi marcado pela frieza dos produtores de grãos. Na região de Unaí, com 40 mil hectares irrigados, as culturas principais são milho e feijão. O trigo entraria em um sistema de rotação de culturas para a preservação da propriedade. O presidente da Cooperativa Agrícola de Unaí (Coagril), José Carlos Ferigolo, deixou claro que a região só migra para o trigo com compra garantida que cubra os custos. "Aqui só se planta trigo com o contrato na mão. E quem vai garantir o preço? Esta é a questão", disse.
No passado, os agricultores de Unaí chegaram a se entusiasmar com o trigo. Mas o principal comprador, a Bunge, reduziu suas compras e os triticultores não conseguiram colocar a produção no mercado por um preço que cobrisse o custo. Voltaram com toda força para o feijão. Em Unaí, a cooperativa reúne 220 associados, sendo que dez deles concentram a metade da área de 100 mil hectares. Na safra passada, plantou-se trigo em Unaí em 5 % da área.
Para incentivar a produção no Cerrado, Costa investiu em silagem. Montou por R$ 4 milhões um silo de 15 mil toneladas em São Gotardo (MG), onde compra a produção da Cooperativa Agrícola do Alto Paranaíba (Coopadap) de agricultores nisseis. De Unaí o empresário viajou para Patos de Minas, a 60 quilômetros de São Gotardo, para negociar a compra de trigo deste ano. Frente à direção da cooperativa agrícola, Costa ofereceu: "Compro tudo o que vocês produzirem. Dou como garantia a silagem por nossa conta e o pagamento 15 dias depois da entrega. E pago pelo menos R$ 400 a tonelada ou o preço do mercado, o que for superior". Os agricultores ligaram suas calculadoras e a discussão se prolongou por duas horas, na sala de reuniões de um hotel em Patos.
A informação de que uma nova forma de contrato poderia garantir a compra pelo preço mínimo pouco sensibilizou os cooperados. "É ótimo. Mas estas coisas do governo levam muito tempo", comentou um dos diretores da Coopadap. Os agricultores sugeriram a fixação de um valor pela tonelada próximo ao preço mínimo e foi a vez de Costa resistir. No final, Costa elevou um pouco a sua proposta original e os cooperados ficaram de levar a sugestão aos associados.
Fonte: Conab

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Previsões de queda do trigo nas especulações podem ser elevadas

O trigo caiu e estava seguindo para sua quarta semana de declínio nas especulações de que os estoques anteriores à colheita de 2010 poderiam ser maiores do que o estimado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos no último mês.
O trigo caiu e estava seguindo para sua quarta semana de declínio nas especulações de que os estoques anteriores à colheita de 2010 poderiam ser maiores do que o estimado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos no último mês.
O trigo para março caiu cerca de 0.8% sendo comercializado a US$4.7175/bushel no Pregão Eletrônico de Chicago e, no horário de Paris -11h46 -, a US$4.7275, com um declínio de 0.2% para a semana.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos pode aumentar suas estimativas dos inventários globais de trigo, milho e soja antes da colheita de 2010, de acordo com o relatório do dia 9 de fevereiro de 2009.
“A previsão fundamental para o complexo dos grãos ainda é muito suave”, disse Toby Hassal, analista da CWA Global Markets PTY. “O que o preço está fazendo é cair o suficiente para que o consumo global absorva esses grandes estoques”.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos pode aumentar suas estimativas para o estoque de trigo para 195.95 milhões de toneladas na próxima semana, de 195.6 milhões de toneladas em janeiro. O estoque de soja está estimado para crescer para 60.3 milhões de toneladas.
Fonte: Notícias Agrícolas