segunda-feira, 24 de maio de 2010

Paraná reduz área de plantio para trigo e milho nesta safra

Duas das principais culturas agrícolas do Paraná, milho e trigo, terão suas áreas de plantio reduzidas nesta safra. Para o cereal, produtores vão cultivar 16% a menos, principalmente por causa da má comercialização, e perdas de safras em função do clima.

"O produtor está desestimulado devido à falta de liquidez no mercado e o mercado [de trigo] está abaixo do preço mínimo. Além disso, tivemos problemas com chuvas na época da colheita e ataque de fungos", disse Flávio Turra, gerente técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), que afirmou que pelo fato de as indústrias e moinhos adquirirem trigo de fora do País, os produtores perdem renda.

José Ronald Rocha, diretor executivo da Nutrimilho e vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Milho (Abimilho), contou que "o cenário atual é positivo para as indústrias, já que têm garantia de preços mínimos". Rocha acrescentou que o valor de R$ 2,52 no leilão de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) para o Paraná é o menor em virtude da logística. "O mecanismo é pensado pela proximidade dos portos. Por isso, o estado receberá um prêmio menor, pois o gasto com frete é baixo", explicou.

Turra reclamou da falta de mecanismos do governo e deu o exemplo do fim do ano passado e início deste. "Foi feito o Leilão de Escoamento de Produto [PEP], que ofertou 1, 45 milhão de toneladas de trigo. Mas, os prêmios estão atrasados, há demora na análise dos processos e muita burocracia para receber", afirmou Turra, acrescentando: "Se, no ano que vem, ainda houver dificuldades para a comercialização, nós poderemos ter mais uma redução no plantio do trigo".

Nesta safra, em que o plantio do trigo é de março até julho e a colheita se inicia em setembro, Turra estima que a produção do cereal, apesar de apresentar problemas, vai superar o ciclo passado: 2, 8 milhões de toneladas, contra 2,5 milhões de toneladas do ciclo passado - questões climáticas do último ano que prejudicaram a agricultura. A temporada 2009/2010 promete mais de 30 milhões toneladas de colheita de grãos, cerca de 21,50% da safra nacional, que é 146 milhões de toneladas.

O milho segue a mesma via que o trigo, embora em um ritmo mais lento. Otávio Canesin, do conselho diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), destaca o câmbio desfavorável. "O milho vai pelo mesmo caminho. O custo de produção é mais elevado do que o da soja e o grau de investimento também é grande. Mas, a remuneração [do milho] vem sendo baixa", afirmou.

Segundo Canesin, é difícil precisar em quanto será a redução do milho. A estimativa para a safra 2009/2010 é de mais de 12 milhões de toneladas de milho, ante a temporada 2008/2009 com produção de 11 milhões. Para Turra, o ideal é de que o mercado interno consuma a próxima safra, para não exportar. A última exportação do Paraná ficou por volta das 700 mil toneladas embarcadas.

Soja

Outra mudança na cultura dos paranaenses é a substituição entre plantios. Por isso, segundo Glauber Silveira, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), haverá uma rotação de plantação do milho para a soja. "Uma alteração de 2% a 3% a mais para se produzir soja", disse. Silveira acrescentou que o plantio de soja no Paraná é compatível com o restante do País, e que, apesar do preço ruim da oleaginosa, não terá redução na plantação.

A exemplo do que disse Silveira, Canesin, que também é produtor, mudou a estratégia no plantio: "As áreas que eram para o milho de inverno terão redução. Vou plantar aveia e braquiária em função, também, da condição desfavorável de preço [do milho]". De acordo com a Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab), a expectativa da safra 2009/2010 de soja ultrapassa as 13 milhões de toneladas, ante os 9 milhões de 2008/2009.

As estimativas dão conta que as regiões do norte e oeste do Paraná produzirão mais de 3 milhões de toneladas por hectare nesta safra. "O clima favorece o milho no inverno e, por isso, o desempenho é melhor", afirmou o gerente técnico da Ocepar. As culturas respondem a 25% e 23% da produção total do estado.

Fonte: Diário Comércio Indústria e Serviços

Preço reduz o plantio de trigo


A safra de trigo no Rio Grande do Sul caminha para a redução de 70,15 mil hectares, o que representa queda de 8,16% em relação ao ano passado. No total devem ser semeados 789,6 mil hectares, ante os 859 mil de 2009. Os preços baixos e a lenta comercialização dos estoques da safra passada são os principais motivos para o desânimo dos triticultores. O cenário caminha na contramão das necessidades do País, que todo ano importa mais da metade do que produz para atender à demanda interna.

O assessor da Emater-RS Célio Colle diz que o preço final está muito abaixo do mínimo, oscilando entre R$ 21,89 e R$ 23,00 a saca de 60 quilos no Estado. "Nessa época do ano em 2009, os preços chegavam a R$ 25,23. Verificamos em um ano uma redução média de 13,2% nos preços", disse. Em 2009, foram colhidas 1,8 milhão de toneladas do cereal, com uma produtividade de 2.106 quilos por hectare, índice acima da média histórica. A expectativa para esta safra é de se mantenham os índices históricos levando a uma produção de 1,6 milhão de toneladas, o que representa redução de 10,4% em produção.

Aliado ao fator preço está a dificuldade de comercialização pelo excesso de oferta, especialmente oriunda do mercado internacional. "A baixa do dólar está favorecendo a entrada de trigo importado", avaliou o assessor econômico da Fecoagro, Tarcísio Minetto. Segundo ele, a redução de área pode ultrapassar os 8,16%, especialmente se analisada a intenção de plantio do Paraná, que foi reduzida em 16%.

Minetto lembra que a conjuntura internacional, com alta oferta do cereal, também colabora para a manutenção dos preços baixos. No mercado interno os estoques públicos em abril passado somavam 700 mil toneladas. "As perspectivas não são favoráveis para 2010, pois além de todos esses problemas, os gaúchos enfrentam ainda dificuldade de logística para escoamento da safra", disse.

Existe ainda a possibilidade de que os custos de produção para as lavouras de trigo estejam mais altos pela necessidade de incrementar o uso de fertilizantes e em alguns casos dobrar as aplicações de fungicidas, caso o clima permaneça úmido.

Em uma comparação entre as dez regiões analisadas pela Emater, a diferença mais significativa foi observada na região de Estrela, com recuo de 25,94% na intenção de plantio, seguida de Bagé, com queda de 20,94%.Entre as regiões com maior área e produção, a diminuição mais significativa em área, em relação à safra passada no Estado, deve ficar com Passo Fundo, onde a queda chega a 17,6 mil hectares (-11,23%). Na região de Ijuí, onde há a maior concentração de trigo no Estado, a diminuição alcança 13,15 mil hectares (-5,61%). Colle, da Emater, ressalta que as estimativas são iniciais que, por certo, sofrerão alterações ao longo da evolução das lavouras que começam a ser plantadas no final deste mês.

Fonte: Jornal do Comércio

terça-feira, 18 de maio de 2010

Trigo causa desânimo

Os preços do trigo no Brasil e no mercado internacional ampliam o desânimo do produtor em plena fase de plantio. No Paraná, em relação a um ano atrás, o triticultor recebe 15% menos – R$ 23,5 pela saca de 60 quilos. Em Chicago, depois de uma recuperação de 11% nas cotações em abril, novas baixas foram registradas nos últimos dias. A queda acumulada nos últimos quatro meses é suficiente para somar 15%.

A tendência está relacionada aos estoques, que estão acima de 180 milhões de toneladas em âmbito global. Segundo avaliação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA, no final de 2010 haverá mais trigo no mercado mundial do que havia nas últimas oito passagens de ano.

No Brasil, com redução na produção, aumento nas exportações e pequena evolução no consumo, os estoques finais podem cair de 2,4 para 1,2 milhão de toneladas na comparação com 2009, informa a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Porém, atualmente, só os estoques públicos chegam perto de 1 milhão de toneladas.

No Paraná, ainda há muito trigo para vender. Dos 2,67 milhões de toneladas produzidos em 2009, 1,7 milhão foram comercializados com apoio do governo e perto de 400 mil toneladas foram vendidas sob as regras do mercado. Porém, segundo avaliação do setor produtivo, restam 500 mil toneladas estocadas nas mãos dos produtores e cooperativas, à espera de melhores preços.

Fonte: Agrolink

domingo, 9 de maio de 2010

Conab confirma sinais de queda na área de trigo

A área plantada de trigo deverá sofrer uma "diminuição considerável" na temporada 2010/11, que para o cereal, uma das principais culturas de inverno do país, já começou. Em novo levantamento sobre a produção brasileira de grãos na safra 2009/10 divulgado na quinta-feira, a Conab alerta para a tendência, mas ressalva que ainda é difícil calcular o tamanho da queda porque a semeadura está em sua fase inicial.

Há algumas semanas, quando os técnicos da Conab foram a campo para o levantamento, o plantio de trigo já havia começado no Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás. Para o Estado do Centro-Oeste e para o Distrito Federal, a Conab projeta incrementos das áreas plantadas. E só. Em Santa Catarina, os sinais são de estabilidade, e para os demais Estados a expectativa é de queda.

Em 2009/10, o plantio de trigo ocupou 2,428 milhões de hectares no Brasil, 1,3% mais que em 2008/09, e a produção alcançou 5,026 milhões de toneladas, queda de 14,6%, por causa de adversidades climáticas. Conforme a Conab, ainda há produto colhido nas duas últimas temporadas à venda no mercado. O da safra 2009/10, particularmente, foi marcado pela baixa qualidade. Tanto que o país, um dos maiores importadores do cereal do planeta, até ampliou as exportações do produto ruim para a fabricação de rações em outros países.

Para a safrinha de inverno de milho de 2009/10, o relatório da Conab foi frio. A produção foi ajustada para 20,265 milhões de toneladas, pouco mais do que o estimado em abril e quase 17% acima de 2008/09. Uma safrinha "gorda" e também dependente dos instrumentos de apoio à comercialização do governo, já que o mercado segue adverso com a boa oferta.

No mais, tudo praticamente como antes. No total, a produção de grãos do país caminha a passos largos para confirmar seu novo recorde histórico, puxado pela forte ampliação da colheita de soja, que também será a maior da história. A soja é a cultura de maior valor bruto da produção (VBP) agrícola do Brasil e encabeça as exportações do agronegócio.
Fonte: Agrolink

Comportamento do mercado de farinhas de trigo

Para a maioria dos negócios efetuados nos últimos dias houve recuperação de preço e retomada de algumas linhas de produção em fábricas de biscoito e macarrão. Mesmo com a pressão de alguns para adquirir matéria-prima a preços menores, alguns moinhos conseguiram aumentos de pelo menos 3% para os valores mais defasados, ou mantiveram os mesmos patamares para aqueles preços que já haviam sido corrigidos no mês passado. Embora os pagamentos dos leilões de PEP do governo continuem atrasados, o que acaba influenciando na formação de preços das farinhas, observamos um movimento positivo do mercado sentido pelas indústrias. A Farinha Comum com até 0,85% de cinzas foi negociada em Minas Gerais entre R$ 32,80 e 33,50 a saca de 50 kg, com grande volume negociado. A Farinha Inteira vendida para São Paulo em condição CIF fo! i negociada a R$ 40,00 a saca de 50 kg, com descarga e pagamento de 7 dias para cargas fracionadas. A grande maioria dos negócios que temos reportado diariamente diz respeito a operações envolvendo indústrias de biscoito, macarrão e massas em geral, sempre referentes a volumes elevados que compram até 14 mil toneladas de farinha de trigo por mês. Com certeza os preços para este tipo de cliente são bem diferentes daqueles que compram volumes pequenos. Alguns nos questionam quanto a preços baixos relatados em comparação com o que se vê no atacado ou na aquisição de produto de terceiros, por isso mesmo é preciso estar atento para qual segmento de mercado cada um está olhando, se indústria, atacado ou varejo. Os preços em cada um dos canais de comercialização chegam a variar de 20 a 30%.
Fonte: Notícias Agrículas