domingo, 28 de junho de 2009

Produção de trigo pode repetir sucesso de 2008

Data: 26/06/2009 19:25:07
Elias Lascoski
As chuvas do mês de maio e as geadas do início de junho tiveram um impacto positivo sobre a cultura de cereais na região dos Campos Gerais. A safra mais beneficiada será a de trigo, com área de 140 mil a 150 mil hectares, cerca de 8% maior que a safra do ano passado. "Mas os preços continuam baixos, cobrindo apenas os custos", afirma o responsável pelo Departamento de Economia Rural da Regional da Secretaria de Estado de Agricultura Abastecimento (Deral/Seab), José Roberto Tosato.

A região viu a maior safra da história do ano passado, com média de produção de 3,5 toneladas por hectare, com alguns produtores colhendo até seis toneladas por hectare. "Foi a maior produtividade já vista, e se tudo correr bem, este ano a produção repetirá o sucesso", opina Tosato. Mas ele lembra que, por conta do preço baixo, "tem muita gente com trigo estocado até hoje".

Municípios ao norte da região já concluíram o plantio, conforme o zoneamento agrícola. Mas as chuvas dos últimos dias estão atrasando o processo de plantio do cereal nas demais cidades. O trabalho está 80% concluído, e deve prosseguir até o início de julho. Além disso, segundo informações do Deral, a umidade excessiva do solo pode atrasar ainda mais. Mas para os técnicos do departamento, os produtores estão preparados. Douglas Taques Fonseca, produtor de trigo, está otimista. "Este ano o clima está bom. As geadas vieram na época certa. Se viessem mais tarde, pegariam as plantas no estágio vulnerável", explica Fonseca. "A umidade ajuda, desde que chova um pouco menos", detalha.

O produtor reclama da política do Governo para o cultivo do cereal. "Se o Governo pagar o preço mínimo estipulado, o cultivo do trigo será um negócio razoável. Mas ele dificilmente cumpre o prometido". O trigo é uma moeda de troca com a Argentina. No ano passado, com o clima inadequado naquele país, a produção de trigo foi baixa, elevando o preço do produto no Brasil. "Como o Brasil exporta muita linha branca para lá, precisa importar o trigo para compensar a balança comercial", explica Fonseca. "Quando a produção lá é ruim, a situação melhora pra gente".


Sem alternativas, mas com otimismo para a colheita

Mesmo com o preço baixo, os produtores precisam plantar trigo por três motivos principais. Pela necessidade de cobrir o solo e protegê-lo durante o inverno, por ser uma cultura de rotação e pela necessidade da palhada para o plantio direto das culturas de verão. As condições climáticas também são favoráveis à germinação de áreas verdes de cobertura.

Outros cereais também têm encontrado no clima vigente as boas condições para seu cultivo. É o caso da aveia branca (15 mil ha.), aveia preta (45 mil ha.), cevada (8 mil ha.) e triticale (5 mil ha.). "São os cereais que movimentam a economia agrícola no inverno, seja ela boa ou ruim. Não tem como esperar o preço. O negócio é plantar e esperar sempre pelo melhor", comenta Tosato. Douglas Fonseca tem a mesma opinião: "o agricultor é um eterno otimista".
Fonte:Jornal da Manhã

Fonte:http://www.safranews.com.br/index.cfm?ler_noticia=1&NOTICIA_ID=366233&secao_id=16

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