segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Situação do trigo Brasileiro

O segundo levantamento da Conab Novembro de 2011:
 Situação geral – Nesta safra o produtor demorou a definir a área para o trigo devido aos problemas de comercialização ocorridos nas safras anteriores, embora, no momento da semeadura os preços praticados no mercado já esboçavam alguma reação. A semeadura da lavoura de trigo 2011 que compõe a safra 2011/12, foi concluída no mês de julho. Na maioria dos Estados produtores houve redução da área semeada por
consequência das incertezas do mercado durante a safra anterior e pela concorrência com o milho Segunda Safra no Centro-Oeste e no Paraná. Apenas o Rio Grande do Sul apresentou um aumento mais significativo na área. O uso das variedades pão e melhorador tiveram aumento significativo, passando de pouco mais de 35% para o patamar acima de 90% do total semeado no Estado.  Em Santa Catarina a semeadura foi
bastante lenta devido às condições climáticas, onde o excesso de chuvas atrapalhou o estabelecimento da lavoura.     
Área cultivada – Nesta safra, a área cultivada ficou ao redor de 2.129,2 mil hectares, 1,0% menor que a área cultivada na safra 2010/11, que foi de 2.149,8 mil hectares. Os Estados que apresentaram crescimento foram apenas Minas Gerais 2,2%, Distrito Federal 11,6% , São Paulo 6,1% e Rio Grande do Sul 13,5%.
Sistema de cultivo - A lavoura de trigo do Brasil é implantada basicamente pelo sistema de Plantio Direto, que atinge mais de 90% da área cultivada. Em Goiás e Minas Gerais, parte das lavouras é irrigada.
Clima – A cultura do trigo necessita de uma variação de clima diferenciada da maioria das culturas de grãos. Na fase inicial do ciclo, a exigência é por temperaturas baixas para minimizar o ataque de pragas e doenças. Nesta fase suporta bem as geadas moderadas, as quais favorecem o perfilhamento. Na fase de floração e granação necessita de clima com baixa umidade para diminuir o ataque de doenças e favorecer a
qualidade do grão colhido. Na presente safra, as geadas ocorridas no final do mês de junho (dias 27 e 28)
prejudicaram as lavouras do Paraná, Mato Grosso do Sul e de São Paulo, por estarem em fase de floração e enchimento de grãos. Com este evento, a produtividade prevista para o trigo nestes Estados foi revisada para baixo. O Paraná já tinha enfrentado problemas no período de semeadura pela falta de umidade no solo, que dificultou a germinação do trigo. As melhores condições de clima para a cultura ocorreu no Rio Grande do Sul, que fez com que o produto colhido até o momento seja de excelente Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos 2011/2012.
Produtividade – A produtividade do trigo 2011, safra 2011/12, deve ficar em 2.382 kg/ha, 12,9% menor  que na safra passada que foi de 2.736 kg/ha. Produção – A produção nacional do trigo 2011, safra 2011/12, está prevista em 5.070,7 mil toneladas, 13,8% menor do que foi colhido na safra anterior, quando a
produção alcançou 5.881,6 mil toneladas. Estágio da cultura – Na lavoura de trigo 2011, safra 2011/12, está em fase de conclusão. O Rio Grande do Sul ainda está colhendo, e no final de outubro a colheita
alcançou 60%. Nos demais Estados a colheita está encerrada.  Qualidade do produto colhido – O mercado de trigo demanda por produto de boa qualidade para a panificação. Por isto os produtores estão procurando cultivar as variedades tipo pão e trigo melhorador para atender esta demanda bastante seletiva. Em
consequência, e com ajuda do clima, tivemos nesta safra melhoria na qualidade do trigo. Isto foi possível porque os produtores gaúchos buscaram sementes de melhor qualidade no mercado paranaense, onde ocorreu redução de área  nesta safra. 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Trigo Importado e Nacional


TRIGOS IMPORTADOS
Intervenção no mercado de trigo argentino impede divisas de US$ 750 milhões Informação do jornal Infocampo desta sexta-feira relata que, neste momento, haveria condições de se liberar uma cota de exportação de 3 milhões de toneladas de trigo argentino. Contudo, o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, liberaria apenas pouco mais de 10% deste volume, ou cerca de 400 mil toneladas, que seriam liberadas nos próximos dias. Acontece que, dentro do atual contexto, esta liberação poderia ser de 3 milhões de toneladas que, a um preço FOB de US$ 250,00, geraria divisas de US$ 750 milhões, necessária para enfrentar a crescente saída de capitais do país (Cristina ganhou as eleições, mas afugentou os empresários: como fará para gerar empregos e impostos? – comentário de T&F). “Nunca antes na história tivemos um estoque final de trigo tão alto como o atual”, disse o diretor executivo de Argentrigo, Sérgio Conterjnic, logo acrescentando que “historicamente os carry over foram ao redor de 1 milhão de toneladas, no máximo”. Outro dos problemas enfrentados neste momento pelos produtores argentinos de trigo é a ausência de mercado, ao dispor de um trigo com qualidade requerida unicamente para exportação, mas que 
não satisfaz a indústria moageira, o que deixa muitos triticultores sem comprador.
 Do ponto de vista do importador brasileiro, com um estoque tão alto é muito provável que os preços 
internos do trigo argentino não subam tanto quanto deveriam, se houvesse uma disponibilidade normal.
TRIGO NACIONAL
De 11 moinhos consultados, nenhum quis comprar trigo no RS nesta sexta Uma pesquisa feita nesta sexta-feira por corretor gaúcho, ao qual Trigo&Farinhas teve acesso em primeira mão, informou que, de 11 moinhos consultados no estado, nenhum quis comprar lotes de trigo que lhe eram oferecidos, sequer fazer contra proposta. E os motivos são claros: a) estão situados em áreas de produção, estando com os armazéns abarrotados do cereal entregue por agricultores. Mesmo que os preços não estejam definidos, o trigo dali não sairá, ficando praticamente garantido o abastecimento deste moinho; b) já compraram o suficiente para os próximos 30-45 dias (houve intensa comercialização no início da colheita) e agora estão abastecidos; c) Quanto mais tempo permanecerem ausentes do mercado, mais o preço cai. Bate um desespero nos agricultores e é muito provável que comece um leilão às avessas, de quem vende por menos.
Os preços do trigo no mercado de lotes estão atingindo no máximo R$ 430,00 no  interior, mas para 
lotes esporádicos; o mais frequentes são preços ao redor de R$ 420,00 ou um pouco menos, dada a 
pressão de vendas neste momento de colheita. Há um mês o preço era de R$ 460,00, há sete meses 
estava ao redor de R$ 510,00 e há um ano estava a R$ 400,00/tonelada. É certo que os leilões programados pela Conab podem alterar este quadro, nas próximas semanas. Mas, na semana que passou, foi isto que aconteceu. No Paraná, os preços médios estão por volta de R$ 470,00/tonelada no norte do estado, de onde escrevemos este informativo, R$ 460,00 no oeste e R$ 490,00 em Curitiba. Há um mês estavam a R$ 
10,00 a mais, há sete meses chegaram a R$ 540,00 e há um ano estavam a R$ 470-480,00.
Parece, então, que os preços do trigo gaúcho caíram mais do que os do trigo paranaense e isto pode 
ser explicado pela maior produção no Rio Grande do Sul, que trouxe mais tranquilidade aos moinhos. 
Tranquilidade que poderá ser quebrada pelos leilões do PEP, com o escoamento das safras.

Site: Abitrigo - Proodução: Trigo e Farinhas