quarta-feira, 8 de maio de 2013

Plantio de trigo no Paraná se arrasta por poucas chuvas


SÃO PAULO, 8 Mai (Reuters) - O Paraná, que liderou a produção de trigo do Brasil em 2012, enfrenta dificuldades com chuvas insuficientes para o plantio do cereal neste ano, mas por enquanto a recuperação esperada no tamanho da safra no Estado não está ameaçada, disseram especialistas nesta quarta-feira.
O Estado, responsável por metade do volume do cereal colhido no país no ano passado, plantou cerca de um terço das lavouras planejadas para a safra 2013 até o momento, abaixo dos cerca de 40 por cento que deveriam estar plantados se as chuvas estivessem normais, segundo avaliação da Secretaria Estadual de Agricultura.
Após um período seco, choveu recentemente no Paraná, o que favoreceu a semeadura, mas a precipitação não foi suficiente para o cereal já plantado germinar de forma homogênea, disse o coordenador da Divisão de Estatística do Departamento de Economia Rural (Deral), Carlos Hugo Winckler Godinho.
E só voltará a chover, em volumes semelhantes às precipitações recentes, no próximo final de semana, segundo a Somar Meteorologia. As chuvas também serão rápidas, em volume que deve variar de 10 a 20 milímetros.
"É um início de preocupação, pode se estender e ficar ruim mesmo... cada dia sem chuva é um dia de perda. Mas se regularizar a chuva, não teríamos problema no futuro", afirmou Godinho.
O Parará deverá produzir 2,56 milhões de toneladas de trigo neste ano, contra 2,1 milhões de toneladas no ano passado, após ter ampliado a área plantada em 9 por cento, para 855 mil hectares, em meio a melhores preços para o cereal.
Segundo Godinho, essa previsão do Deral, por ora, não está ameaçada pelas chuvas irregulares. Mas na avaliação do especialista uma chuva de 30 a 40 mm na próxima semana seria importante para o cultivo.
"As chuvas de domingo foram insuficientes", declarou ele, ressaltando que ainda há tempo para o produtor realizar o plantio. Pelo zoneamento, é possível plantar no sul do Estado até o final de julho.
Para a germinação, as chuvas seriam benéficas. "É um dos poucos períodos críticos do trigo, quando ele precisa de uma umidade maior", comentou o especialista do Deral.
O gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Flávio Turra, avalia que as condições para o avanço do plantio melhoraram. "Está um pouco atrasado por falta de chuva, mas andou chovendo um pouco, em alguns municípios vai viabilizar o plantio, já começa a equilibrar (tirar o atraso)", afirmou.
Com o mercado vivendo uma relativa escassez de trigo nacional, após a quebra na última safra, muitos moinhos estão realizando compras antecipadas da próxima safra.
Segundo o Deral, as vendas de trigo futuro, bastante incomuns nesta época, já atingiram 4 por cento da safra projetada do Paraná, com negócios sendo fechados entre 33 e 37 reais por saca de 60 kg.
No Oeste do Paraná, o trigo era comercializado nesta quarta-feira a 711,50 reais por tonelada, ou cerca de 42,50 reais por saca, de acordo com o Cepea. Isso representa uma alta de quase 50 por cento ante os patamares do mercado físico na mesma região um ano atrás. ( Por Roberto Samora)

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