As sequências do genoma que agora foram divulgadas dão aos investigadores e aos produtores acesso a 95% do genoma do trigo, afirma um comunicado do Conselho de Investigação em Biotecnologia e Ciências Biológicas (BBSRC), entidade pública que financiou o estudo.
"O genoma do trigo é cinco vezes mais complexo do que o genoma humano e representa um desafio enorme para os cientistas", explicou Keith Edwards, membro da equipa e docente na Universidade de Bristol, que assegura ainda que "as sequências do genoma constituem um instrumento importante para investigadores e produtores".
Esta descoberta poderá ser utilizada para identificar mais rapidamente as diferenças entre duas variedades de trigo e servir de referencial as características consideradas interessantes, como a resistência à seca e a doenças. Os genes poderão, ainda, ser usados para a selecção assistida, melhorando as variedades, ou para criar organismos geneticamente modificados.
Keith Edwards salienta que este tipo de sequências de genomas constitui "uma ferramenta de grande importância para investigadores e agricultores". "Tornar estes dados públicos possibilita que investigações com dinheiros públicos tenham o maior impacto possível", frisa ainda este cientista.
Apesar de todo o trabalho já desenvolvido, os cientistas sublinham que ainda são necessários mais estudos, de modo a conseguir completar o genoma do trigo e organizar todos os cromossomas. "Agora estamos a trabalhar na análise da sequência de modo a seleccionar as variações genéticas dos diferentes tipos de trigo, qual o que pode ajudar a acelerar significativamente os actuais programas de cultivo", acrescenta Anthony Hall, da Universidade de Liverpool, e também membro da equipa britânica.
Recorde-se que, recentemente, foi possível sequenciar o genoma do arroz (2005), do milho (2009) e do soja (2010). Mas tais cereais são muito mais simples que o trigo. Cereal que, com uma produção anual mundial na ordem dos 500 milhões de toneladas, se constitui como um dos mais importantes para o consumo humano.
Fonte: Diário de Notícias
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