segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Chuvas excessivas no Paraná prejudicam lavouras de trigo

Embrapa prevê prejuízos de até 80% em mais da metade das plantações no Estado
Levantamento feito pelos pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, revela que dos 1,3 milhão de hectares semeados com trigo no Paraná - maior produtor brasileiro do cereal - pelo menos, 780 mil hectares, o equivalente a 60% da área do Estado, em 2009, poderão sofrer prejuízos de até 80%, em conseqüência do regime excessivo de chuvas durante a safra.
– Em 2009, as condições climáticas foram extremamente desfavoráveis à cultura do trigo, causando perdas significativas em diversas lavouras, o que certamente descapitalizará muitos produtores. Com isso, o Paraná corre o sério risco de ter sua área plantada e sua produção drasticamente reduzidas em 2010. Atualmente o Brasil já importa quatro milhões, das 10 milhões de toneladas usadas internamente – alerta o pesquisador Manoel Bassoi, da Embrapa Soja.
De acordo com Bassoi, as chuvas atípicas de abril, mês que se inicia o cultivo do trigo no Paraná, atrasaram a semeadura da cultura para o mês de maio. A falta de chuva no início dificultou o escalonamento da semeadura e muitos produtores plantaram o trigo tardiamente, na mesma época.
– Como de junho a agosto as chuvas foram acima das médias históricas, as lavouras no norte e no oeste do Paraná foram atingidas pelas doenças brusone e giberela, justamente na fase entre o espigamento e o início do enchimento dos grãos, considerada uma das fases mais críticas para a definição da produtividade – explica o pesquisador.
Segundo dados do Instituto Agronômico do Iapar, em junho choveu 108 mm, sendo que a média histórica é de 89 mm. Em julho, cuja média histórica é 64 mm, choveu 244 mm, quase quatro vezes mais. E o mês de agosto já registra precipitação acima da média histórica.
O excesso de chuva dificultou o manejo das doenças, principalmente, de brusone e de giberela. De acordo com Claudine, as chuvas atrapalharam também a entrada de máquinas na lavoura, o que interferiu no controle químico das doenças.
– O fungo que causa a primeira, precisa de 8 a 10 horas de molhamento para iniciar a infecção, já para giberela são necessárias 48 horas de molhamento. As duas doenças atingem principalmente a espiga, fazendo com que o grão fique chocho – explica a pesquisadora Claudine Seixas, da Embrapa Soja.
Fonte: Canal Rural

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