terça-feira, 8 de setembro de 2009

Minas vai difundir pesquisa de trigo para o cerrado

Minas Gerais terá condições, em futuro próximo, de difundir tecnologia para a produção de trigo no cerrado brasileiro. “Será criada no Estado a Estação Experimental de Pesquisa de Trigo Tropical da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com previsão de funcionamento a partir de 2010”. A informação foi transmitida à Secretaria da Agricultura pelo chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Trigo, João Leonardo Fernandes Pires. Conforme explicou João Leonardo, o Triângulo e o Alto Paranaíba apresentam condições para a implantação da estação experimental. Uma das características dessas regiões é a situação geográfica em relação às principais regiões produtoras de grãos do Brasil Central, que são o Sul/Sudoeste de Goiás, Norte de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Sudoeste da Bahia e Noroeste de São Paulo. Além disso, outro aspecto positivo dessas regiões é a proximidade de parceiros em potencial para o desenvolvimento das pesquisas, entre eles a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), vinculada à Secretaria da Agricultura. No Triângulo Mineiro, os municípios observados pela Embrapa são Uberlândia, Patos de Minas e Capinópolis. Neste último está instalado um campus da Universidade Federal de Viçosa (UFV), que também deverá participar como parceira nas pesquisas. A quarta alternativa seria Ituiutaba.Já na região do Alto Paranaíba, um dos municípios que apresentam condições de receber o novo empreendimento é São Gotardo, onde está sediada a Coopadap (Cooperativa Agropecuária do Alto Paranaíba). Há também a possibilidade de criar a unidade em Rio Paranaíba. Nos dois casos, a Embrapa contaria também com a proximidade de um campus da UFV. Base avançada Segundo um levantamento da Embrapa, as regiões de cerrado no Brasil representam mais de 200 milhões de hectares. A empresa ressalva que o cultivo de trigo nessa área, em 2008, foi pouco expressivo: 20 mil hectares em Minas, 18 mil hectares em Goiás, 40 mil hectares no Mato Grosso do Sul e 80 mil hectares em São Paulo. De acordo com João Leonardo, “a Estação Experimental de Pesquisa de Trigo Tropical vai funcionar como uma base avançada para o desenvolvimento da triticultura nessas regiões. ”Ele enfatiza que na estação não haverá geração e, sim, adaptação de tecnologias desenvolvidas nas unidades. “Essas tecnologias serão difundidas entre os produtores. O chefe adjunto de pesquisa de trigo diz ainda que a estação vai concentrar os técnicos da Embrapa espalhados atualmente pelo cerrado e os especialistas de instituições parceiras.Está prevista, entre outras iniciativas da estação experimental, a produção de variedades de trigo resistentes à seca, ao calor e às doenças mais frequentes do cereal na região. Nessa linha de pesquisa será criado um germoplasma com adaptação ao clima tropical do cerrado, nos laboratórios da Embrapa Trigo, em Passo Fundo (RS) e em unidades parceiras do projeto. Os testes de adaptação da planta serão realizados no novo núcleo e ainda haverá testes de adaptação de linhagens chamadas “trigo de proveta”, com base em metodologias biotecnológicas. Parceria forteO chefe adjunto de pesquisa diz que um dos fatores decisivos para a implantação da estação experimental é a existência de bons parceiros.“O Governo de Minas tem feito um importante trabalho ao lado da iniciativa privada por meio do Programa de Desenvolvimento da Competitividade da Cadeia Produtiva do Trigo em Minas Gerais (Comtrigo), da Secretaria de Estado de Agricultura”, assinala. Para o coordenador do Comtrigo, Lindomar Antônio Lopes, a criação da estação experimental de pesquisa de trigo da Embrapa no Estado está sintonizada com a atuação do programa. “Uma de nossas propostas é a integração dos Estados produtores da Região Central do Brasil para o desenvolvimento da triticultura com o objetivo de criar uma nova alternativa de oferta do cereal, que ainda é importado em grande escala”, observa. Lopes explica que a produção continua concentrada no Sul do Brasil, apesar da alta qualidade do trigo do cerrado e das condições de colocar o produto no mercado inclusive no período considerado atualmente de entressafra”, ele explica. “Além disso, o Comtrigo trabalha para ajustar as relações entre os segmentos da cadeia do trigo e assim promover a expansão de todos os segmentos ligados ao cereal.” Segundo o coordenador, o apoio da pesquisa deverá refletir no cenário da produção de trigo em Minas. “Nos três últimos anos a safra mineira do cereal tem apresentado crescimento expressivo, e em 2009, a produção pode alcançar mais de 100 mil toneladas”. Os maiores produtores mineiros são os municípios de Rio Paranaíba e Perdizes, na região do Alto Paranaíba, seguidos de Unaí, na região Noroeste, Uberaba, no Triângulo, e Romaria, no Alto Paranaíba. Esse grupo participa da safra mineira com 51,8 mil toneladas de trigo. As informações são da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.
Fonte: Agrolink

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