segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Final da colheita de trigo confirma prejuízos

Com a colheita de trigo praticamente finalizada na região de Campo Mourão os agricultores agora contabilizam os prejuízos com a safra. O excesso de chuva é o principal motivo das perdas. A chuva afetou todo o clico da cultura e com isso, muito da produção se perdeu no campo.
Depois dos fatores climáticos, agora os produtores rurais estão enfrentando problemas de comercialização, pois o governo federal não cumpriu a promessa de garantia do preço mínimo. Toda a produção está armazenada aguardando comprador.
O agricultor Engelbert José Fuchs, encerrou a colheita há cerca de 15 dias. A previsão era de que fossem colhidos 140 sacas de trigo com PH 78, mas no final a produtividade média ficou em 75 sacas e com uma qualidade inferior. “Mesmo se tivesse mercado não pagaria nem o custo da produção”, assinala. Ele aguarda a abertura de preços para dar andamento com o Proagro.
A lavoura foi afetada pela geada, e o excesso de chuva favoreceu para o aparecimento de doenças. Ele recorda que no ano passado a safra foi considerada normal e que em 2007 a produção foi melhor. “O trigo é a melhor opção para o inverno. É uma pena que se encontra nessa situação de falta de comercialização.”
A previsão era de colher 121 sacas por alqueire, mas o agricultor José Bagini, colheu cerca de 60. “O excesso de chuva que atingiu a lavoura causou doenças na lavoura, principalmente a brusone. Nesta safra, a produção não cobre a despesa. É uma injustiça o que estão fazendo com os agricultores. Se pelo menos tivesse preço mínimo, a situação não estaria tão ruim”, ressalta.
Produção 17% menor – A produção de trigo na região de Campo Mourão deve ser 17% menor. Essa é a previsão do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab). O número ainda é uma estimativa. Técnicos do departamento estão visitando os municípios para fazer o fechamento de safra.
A área plantada nesta safra é de 101 mil hectares. A previsão era de que fossem colhidos 247,4 mil toneladas. Se a estimativa de 17% de perda for confirmada a produção vai fechar em 205,3 mil toneladas. Uma produtividade média de 82 sacas por alqueires contra 98 que era o esperado.
De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Edílson Souza e Silva, a quebra na produção é significativa. “O maior problema é com a qualidade do produto e com a comercialização. O que mais dificulta é que o trigo não tem comprador. Se a safra estivesse sendo comercializada poderia superar a quebra.”
Fonte: Tribuna do Interior

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