terça-feira, 13 de outubro de 2009

Preços dos alimentos podem voltar ao pico de 2008, alerta FAO

Os preços dos alimentos podem voltar ao pico registrado no inicio de 2008. O alerta é da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Um relatório divulgado nesta segunda, dia 12, pela organização prevê também que os preços permanecerão elevados e instáveis no médio prazo. Especialistas em agricultura estão reunidos até esta terça, dia 13, em Roma para discutir o assunto.
Os dados da FAO revelam que entre 2006 e 2008 os preços dos alimentos básicos subiram cerca de 60%. Já os grãos passaram a valer o dobro no período. No primeiro semestre do ano passado os alimentos atingiram o maior patamar dos últimos 30 anos, o que provocou protestos em diversos países, principalmente nos mais pobres.
Com a crise financeira, os preços caíram, mas a FAO alerta que as cotações devem continuar altas e não devem mais cair para os níveis registrados em 2006. Segundo a organização, uma alta de preços semelhante à registrada entre 2007 e 2008 é uma possibilidade realista. Itens como trigo, arroz, oleaginosas e açúcar refinado podem ficar acima desse patamar até 2018.
Os analistas consideram o aumento quase inevitável já que a produção de alimentos vem sendo influenciada por problemas climáticos, preços instáveis, de energia, volatilidade do dólar e a especulação nos mercados. Na semana passada, a FAO informou que os países em desenvolvimento precisam de investimento líquido de US$ 83 bilhões por ano na agricultura para garantir alimentos para 9,1 bilhões de pessoas em 2050. O representante da FAO no Brasil, José Tubino, confirma que, para isso, vai ser necessário aumentar em até 70% os investimentos em agricultura.
- Hoje, no mundo, existem mais de um bilhão de pessoas em uma situação de insegurança alimentar e subnutrição crônica. Portanto se vai ter que aumentar a produção agrícola. Para isso é preciso criar condições para que os agricultores invistam em agricultura e tenham créditos, ganhos e investimento necessários para não somente continuar produzindo, mas para aumentar a produção – disse Tubino.
Fonte: Canal Rural

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